A tecnologia nas visões marxistas e neoclássicas
Apesar de o desenvolvimento industrial na Europa Ocidental e nos Estados Unidos ter ocorrido de maneira surpreendente e rápida em meados de 1880, pode-se dizer que neste período, a Grã-Bretanha já havia se consolidado como uma das grandes potências no setor. Um exemplo disso é que quase metade das produções manufaturadas mundiais provinha do Reino Unido, já os Estados Unidos contavam com uma produção de apenas 6%. Essa consolidação se deve ao fato de que a sua organização industrial e tecnológica criadas possibilitavam uma produtividade 14% maior do que a dos Estados Unidos. Pode-se considerar um avanço para a época o fato dos industriais não temerem a concorrência de produtos estrangeiros, o que culminou na eliminação das históricas proteções existentes até então. Como resultado do sucesso apreendido, todo o sistema industrial britânico, o que inclui o seu modo de produção, assim como os avanços tecnológicos, serviu como base para os escritos dos teóricos Marx, Walras e Marshall acerca do modo de produção. Diante desses autores, interessamo-nos pelos escritos de Leon Walras, pensador e criador da “teoria do equilíbrio geral”, que é possível dizer ser a ideia-força para a economia contemporânea. A “idéia-força é a teoria do equilíbrio geral, tomada como a culminância da caminhada do pensamento econômico; o herói é Walras, o inventor da idéia-força” (PAULA, 2002:1). Walras iniciou seus estudos sobre economia por volta de dezembro de 1859 no Journal des Économistes, no qual publicou cerca de doze artigos relevantes sobre o tema. A influência de Walras sobre o pensamento econômico contemporâneo é muito grande, visto que contribuiu e ainda contribuiu para pensarmos uma linha de raciocínio com exatidão voltada para os conceitos matemáticos que nos levam a compreensão de ofertas e demanda. O que permite que toda a produção seja planejada para que haja um equilíbrio entre essa relação