Poluição atmosférica - cubatão
Escrito por Liane Uechi Qui, 22 de Janeiro de 2009 10:00
A cidade de Cubatão, a 40 km de São Paulo, é um caso bem sucedido de recuperação ambiental. O exemplo desse município, que chegou a carregar o estigma de “Vale da Morte” ilustra bem algumas situações: o descaso com as questões ambientais, na implantação do Pólo Industrial de Cubatão a partir dos anos 50 e a conseqüente resposta da natureza e ainda, como foi possível recuperar ambientalmente a cidade, sem perder a produtividade e a competitividade desse grande centro industrial brasileiro. Exatamente o que apregoa o conceito de desenvolvimento sustentável, processo esse onde o equilíbrio de objetivos sociais, econômicos e ambientais deve atender as necessidades da sociedade presente, sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
No início do século 20, Cubatão era um lugar bonito repleto de matas, rios, cascatas, mangues, um vale rodeado pela bela Serra do Mar. A excelente disposição geográfica, a apenas 40 km de São Paulo, maior centro consumidor e produtor do Brasil e a proximidade com o Porto de Santos, entrada e saída de cargas, assim como a abundância de água, uma malha viária moderna (à época, Anchieta e Piaçaguera) e mão-de-obra disponível, foram atrativos à grande industrialização da região. Cubatão tornou-se assim, a partir das décadas de 60, um grande Pólo Industrial. Ali foram instaladas 23 indústrias de ponta, entre as quais uma refinaria, uma siderúrgica, nove fábricas de produtos químicos e sete de fertilizantes. A produção industrial deu ao município o quarto lugar dentro do estado de São Paulo, em arrecadação de impostos. As exportações atingiam a casa de 500 milhões de dólares - cerca de 2% das exportações de todo o País, na época.
O desenvolvimento avançava sem preocupação alguma com a questão ambiental. Emissões no ar, nos rios e no solo eram realizadas sem grande controle. A resposta veio rápida. Num período de aproximadamente 15 anos, Cubatão apresentava sinais de