A sociologia e “sociologia” do senso comum
Todos os indivíduos são, por assim dizer, “sociólogos” espontâneos, no sentido de possuírem muitas explicações sobre o comportamento humano em sociedade, sem as quais não poderiam sobreviver. São as “teorias” do senso comum, também denominado conhecimento vulgar, existentes em qualquer sociedade a respeito de si mesma. É por este motivo que um sociólogo chega mesmo a afirmar que não é fácil encontrar uma idéia realmente original na sociologia pelo fato de que desde a pré-história todos os indivíduos são obrigados a fazer uma espécie de “Sociologia” aplicada no seu dia-a-dia e, desse modo, terminam por elaborar algum tipo de “teoria” sobre sua experiência cotidiana.
Esta “sociologia” espontânea que todos nós recebemos através do simples convívio diário com os nossos semelhantes não equivalem, é claro, à sociologia científica, por mais fortes que sejam os possíveis laços entre elas. As explicações do senso comum nos dá a respeito do comportamento humano e da vida social são bastante diversas daquelas que os sociólogos e outros cientistas sociais procuram desenvolver. Tais explicações, no entanto, interessam ao sociólogo porque é parte da sociedade, mas não porque sejam confiáveis. Na realidade, as explicações de que dispões o senso comum sobre o comportamento humano em sociedade são, na maioria das vezes, baseadas em preconceitos e pressupostos falsos sobre a presumível essência da espécie humana, embora muitas pessoas acreditem que para bem entender a sociedade e o que as pessoas fazem à sua volta bastam as “teorias” que a sua própria sociedade lhes deu através do senso comum. Analogicamente, as explicações do senso comum sobre os fatos da sociedade constituem mais fequentemente puro instrumento – inconsciente ou não – de defesa de interesses de alguma categoria social.
A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA
A definição da sociologia como “ciência da sociedade”, conforme argumenta Nicholas Timasheff, “pressupõe que se saiba o