a sociedade e o indivíduo
Suemy Yukizaki
A concepção de sujeito – com todas as implicações que decorrem dela e das quais somos herdeiros seguindo a tradição filosófica do Ocidente – tem sido, ainda hoje, no campo das ciências humanas e sociais, alvo de controvérsias.
Quando se trata da educação, a concepção de sujeito parece se destacar quase que naturalmente, pois não se pode pensar a educação sem aqueles que são seus agentes sociais, os educadores, que assumem, neste caso, na perspectiva correntei, o lugar dos sujeitos do processo educativo.
No entanto, essa concepção trazendo, como seu correlato, a concepção de objeto, leva-nos a inferir que, no caso da ação educativa, são os educandos, os alunos, os objetos da ação dos sujeitos-educadores.
Estabelecendo-se, assim, os dois pólos da relação educativa – educadores e educandos - trata-se, agora, de perguntar pela natureza do que é passado de uns para outros.
Em um âmbito mais abrangente, para além dos limites restritos da educação formal, observa-se que a ação educativa acontece no contexto de um processo de socialização, que se inicia com o nascimento do indivíduo. Assim, o conteúdo da ação educativa, nesse âmbito, se constitui de orientações a serem dadas às crianças, sob a forma de normas, regras, comportamentos, atitudes, etc., para que estas se incorporem à vida social.
Embora tenha sido escrito há muitos anos, e seja, portanto, tributário do contexto sócio-cultural do tempo e do lugar de seus autores, ainda considero o texto de Peter e Brigitte Berger (Socialização: como ser um membro da sociedade) um texto bastante adequado para tratar do tema da socialização, e bastante oportuno para inserir a questão da subjetividade.
Sendo professora da disciplina Sociologia da Educação, dada aos alunos dos primeiros períodos da licenciatura, é com o texto dos Berger que inauguro o tratamento da temática.
O texto inicia-se com a menção aos componentes não-sociais da experiência