Individuo e sociedade
INDIVÍDUO E SOCIEDADE NO PENSAMENTO DE DURKHEIM1 Rogério José de Almeida2
No presente trabalho, tem-se por objetivo fazer uma breve análise da relação entre indivíduo e sociedade na obra durkheimiana. Há doze anos, tive o prazer de assistir a uma palestra do professor Gabriel Cohn3. Nessa palestra ele fez uma analogia acerca do pensamento de Durkheim com relação aos indivíduos e a sociedade, segundo a qual, a vida seria como se todos estivessem em um aquário: os peixes seriam os indivíduos e o aquário, a sociedade, ou seja, num aquário tudo já está colocado em seu devido lugar, todas as plantas, as pedras. O aquário, assim como a sociedade cerca os indivíduos por todos os lados. O que restaria para os peixes fazerem é simplesmente viver, pois tudo já foi pré-estabelecido. De certa forma, é assim que se dá a relação entre os indivíduos e a sociedade para Durkheim. Durante toda a vida, os indivíduos encontram uma série de pré-determinações já estabelecidas e impostas pela sociedade, pois eles nascem e passam pela vida com os “fatos sociais” já constituídos4. Grande parte das crenças, dos costumes, normas e regras morais, enfim, as maneiras de ser e de agir que a sociedade impõe já se encontram arraigadas nas consciências dos indivíduos. Os que nascem, são condicionados a internalizarem essas normas de conduta. Mas, como Durkheim define os conceitos de indivíduo e de sociedade? Bom, a sociedade para Durkheim não se dá apenas da simples soma de todas as consciências particulares, ou mesmo até, das ações e sentimentos de cada indivíduo. Contudo, a associação dessas consciências particulares engendra um novo ser, diferente e externo àquelas consciências particulares, algo independente e acima de qualquer indivíduo, que se manifesta como um fato objetivo. Em outras palavras, as consciências particulares, unindo-se e fundindo-se, dão origem a uma realidade nova que é a consciência coletiva. A sociedade
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Texto inicialmente apresentado para a disciplina Teoria