A sociedade como realidade subjetiva
BERGER, Peter L. & LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
Neste texto de abordagem sociológica, os autores discorrem sobre o processo de subjetivação dos indivíduos a partir do enfoque no universo simbólico no qual as relações sociais estão enraizadas. Consideram que a socialização nunca é total e completa e que a sociedade é uma realidade objetiva e subjetiva ao mesmo tempo, devendo ser entendida em termos de um processo dialético em curso, composto de três momentos: interiorização, objetivação e subjetivação. Sendo a subjetivação formada por processos sociais, ressaltam a importância dos outros significantes (outras pessoas) como agentes de confirmação da identidade, elemento-chave da realidade subjetiva, visto que a identidade também se encontra nesse processo dialético entre indivíduo e sociedade. Tratam, também, do papel essencial da linguagem como fator formador, conservador e transformador da realidade, e que permite ao indivíduo constantes inovações nesse processo de subjetivação, colocando, assim, em questionamento o determinismo sociológico proposto por Freud.
A construção social da realidade não tem fim, é um processo contínuo, mutante e dinâmico. A socialização também adquire essas características e isso acarreta um contínuo processo de modificação da realidade subjetiva. Os indivíduos estão sempre em um processo de interação e ressignificação, ou seja, de ressocialização, que se realiza sempre no contexto de uma estrutura social específica. O ponto de partida para esse processo é a interiorização, ou seja, como o indivíduo apreende ou interpreta uma manifestação subjetiva do outro e a transforma em algo significativo para si mesmo.
A interiorização é toda percepção, apreensão, construção e entendimento que o indivíduo faz da realidade que presencia em seu meio social. Através de processos comunicativos, ele