A sexualidade e o envelhecimento
A sexualidade é uma condição inerente ao ser humano, mas que muitas vezes é tratada com muitos tabus e preconceitos, não somente pelas gerações mais antigas, mas também, frenquentemente, por parte dos mais jovens, apesar do contato precoce, constante e, muitas vezes, até apelativo que eles tem com ela, imposto insistentemente por parte da mídia. Quando o exercício dessa sexualidade está relacionado a idades mais avançadas, a dimensão do preconceito se torna ainda mais evidente, principalmente nesses jovens. Por vezes, o sujeito na fase adulta avançada ou já em sua senilidade é visto como um ser “assexual”, incapaz de querer ou desejar sexualmente, assumindo somente o papel de cuidador de seus filhos e netos.
Segundo Risman (2005), muitas dessas concepções errôneas, bastante difundidas em nossa sociedade, advém da ignorância acerca do processo de envelhecimento e do que vem a ser a dimensão da sexualidade, em toda a sua extensão.
No senso comum, sexo e sexualidade são frequentemente confundidos, muitas vezes tomados até como sinônimos. Todavia, essa compreensão é equivocada, pois temos que
O que a psicanálise chama de sexualidade não é, em absoluto, idêntica à união sexual entre homem e mulher ou tem o sentido exclusivo de sensações prazerosas através dos órgãos genitais. Como o seu próprio fundador esclarece, tem ‘muito mais semelhança com Eros, que tudo inclui e tudo preserva ...’(Freud, 1925). Nessa visão, a sexualidade concebida como energia, libido, caracteriza-se por uma capacidade de se ligar a pessoas, objetos, idéias, ideais, à vida, enfim. Inclui a atividade sexual, mas não se resume em sexo. (Negreiros, 2005 p. 77)
Diante disso, propomos, para maior esclarecimento do tema, realizar um apanhado histórico-cultural da sexualidade baseado nos trabalhos de Risman e Negreiros, relacionando-o com o quadro atual, representado no filme “Simplemente complicado”, do qual comentaremos alguns aspectos relevantes quanto ao assunto.
BASES