A semiótica do espectáculo
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A natureza da mensagem artística, explicitamente heterogénea, resulta da interacção de modelos semióticos heterogéneos podendo ser analisados sob diferentes níveis dependentes da diversidade dos códigos. Significa, por assim dizer, que a unidade da mensagem performativa se revela na diversidade dos códigos que usa e dos sistemas signicos que utiliza. Por esta razão, o universo imenso de possibilidades no uso de códigos e signos, propõe-se a uma separação das suas valências e resultados. A semiótica do espectáculo deverá assim atender a uma definição dos códigos, que por sua vez constituem os grupos de sistemas signicos. Porque no espaço cénico as linguagens utilizadas, enquanto sistemas signicos, perfilham-se na identificação de uma semiótica do espectáculo. Não recuaremos às origens do conceito de semiótica que é historicamente achado como necessidade de interpretação do universo simbólico humano e dos seus sistemas de signos. Interessa agora compreender o contributo da análise semiótica para a compreensão do fenómeno espectacular através da especificação dos sistemas signicos nestes presentes. Assim importa notar a complexa rede de signos e a variedade de linguagens presentes. Numa primeira abordagem poderemos identificar os signos auditivos e signos visuais. A palavra, ou texto pronunciado que se desdobra ou manifesta pelo tom e no tempo, são signos auditivos; a mímica, o gesto, o movimento, a expressão corporal são signos visuais, assim como a maquilhagem, o penteado o vestuário. Deveremos notar que estes são do exclusivo domínio do actor na medida em que ele os incorpora. De outro modo, os signos visuais e auditivos que não dependem da actio, ou da acção do actor, mas que lhe são interdependentes como acessórios, iluminação, cenário, música, ruído são do domínio do encenador, através do qual o espaço cénico se se materializa e concretiza.
Importa nesta temática compreender, que tal como o espaço cénico pode ser em qualquer lugar, a arte cénica