A Saga do Herói
O herói é a primeira figura a assumir a função do mito, estando presente no cotidiano da humanidade por meio tanto da mitologia como da literatura. Ele é uma figura antropológica que permeia a mente consciente ou inconsciente de todo ser humano.
Mesmo nos romances populares, o protagonista é um herói ou uma heroína que descobriu ou realizou alguma coisa além do nível normal de realizações ou de experiência. O herói é alguém que deu a própria vida por algo que é maior que ele mesmo. (CAMPBELL, 1990, p. 137).
A figura do herói surge na vida dos povos como guardião de seus valores e como responsável, não só pela defesa dos homens, mas pela transmissão, através de suas narrativas, de ensinamentos para as gerações futuras. Segundo Campbell (1990) “ele abandona determinada condição e encontra a fonte da vida, que conduz a uma condição mais rica e madura”. Ele vai abdicar de sua vida por um bem maior, será posto para ele provações das quais ele terá que superar. Essas provações são concebidas para ver se o pretendente a herói pode realmente ser considerado como tal, será que ele está a altura da tarefa que lhe foi dada? Será capaz de ultrapassar os perigos? Terá coragem, conhecimento e capacidade que o habilite a servir seu povo?
É uma provação suprema, quando deixamos de pensar em nós mesmos e em nossa autopreservação, passamos por uma transformação de consciência verdadeiramente heroica.
Não haveria proeza heroica se não houvesse um ato supremo de realização. Eventualmente pode acontecer de um herói fracassar, mas este será normalmente representado como uma espécie de palhaço, alguém com pretensões além do que pode realizar. (CAMPBELL, 1990, p. 140).
Campbell (1990) cita como exemplo Buda, que abdicou de toda a riqueza para seguir sua jornada em busca de um bem maior: “Buda se dirige à floresta e lá entretém conversações com os gurus da época. Então ultrapassa os e, após um período de provações e busca, chega à árvore bo, a árvore