A saga de quem teve um carro clonado em SP
Edison Veiga segunda-feira 03/02/14
Um dos 7 milhões e tantos veículos que oficialmente são registrados em São Paulo é meu. Em agosto, comecei a receber multas estranhas em casa. Foram duas de uma só vez: desrespeito ao rodízio e excesso de velocidade. Fiquei intrigado, pois eram de locais onde eu nunca estive. Em uma delas, no mesmo momento, meu carro estava em um estacionamento privado – tenho o comprovante.
Suspeitei que meu carro estivesse clonado. Tecnicamente isso se chama “veículo dublê”. Algum espertinho tem um modelo semelhante ao meu, com placa igual, rodando por aí. No dia 30 de agosto, comecei a manhã fazendo um BO no 14.º DP, em Pinheiros. No dia 4 de setembro, fui ao Detran para comunicar o problema. Depois disso, carrego no porta-luvas do carro um documento do Detran. A orientação é mostrar o mesmo ao policial, caso seja parado em alguma blitz, por exemplo, para provar que o meu carro é o original, e não o dublê.
As multas continuaram chegando. Excesso de velocidade, desrespeito ao rodízio e até contramão. Todas em endereços estranhos a minha rotina. Em outra delas, meu carro também estava em estacionamento privado no mesmo horário. E, pelas fotos, há características do dublê que são diferentes do meu, como amassado na traseira e um adesivo da concessionária.
Continuei fazendo visitas periódicas ao Detran e recorrendo das multas no Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV) da Secretaria Municipal de Transportes (SMT) – todas elas foram lavradas no Município de São Paulo. Minha esperança era de que o dublê fosse encontrado rapidamente e, assim, meu problema estivesse resolvido. Mas também gostaria muito que os funcionários do DSV lessem com atenção meus argumentos nos recursos das multas, pois, até o momento, todas estão sendo indeferidas em 1.ª e em 2.ª instâncias, sem razões que justifiquem isso.
Recursos. Na quarta, fui à sede do DSV para conferir a argumentação dos soberanos da Junta