A Revolução Pernambucana de 1817
As causas da revolução pernambucana podem ser definidas como um protesto do Norte contra a hegemonia do Sul. Pernambuco não se acomodará facilmente à condição de "colônia do Estado irmão mais moço", nas palavras de Handelmann, em sua História do Brasil, remetendo obrigatoriamente para a manutenção da corte uma boa parte de suas rendas, o que aliás acontecia com todas as demais capitanias. Os habitantes do Recife - para citar um só exemplo - pagavam um imposto mensal destinado à iluminação pública do Rio de Janeiro. Daí o ciúme de Pernambuco, diante da soma enorme de benefícios que tornariam a região fluminense a mais favorecida de todas, no período joanino, em detrimento das mais distantes, no conjunto inorgânico que era o Brasil daquele tempo.
Em Pernambuco, as aspirações de autonomia reaparecem num período de retração econômica ocasionada pela baixa do preço do açúcar e pela brusca supressão das exportações de algodão, era conseqüência dos acordos com a Grã-Bretanha. As operações no Rio da Prata impunham, além do mais, a cobrança de novos tributos sobre as receitas alfandegárias, a fim de custear as despesas com o corpo expedicionário. A Pernambuco pouco se lhe dava que fosse ou não incorporado o território da Banda Oriental ao império luso-brasileiro. Daí a conspiração que encontrou campo favorável nas antigas diferenças entre reinóis e mazombos.
Sob orientação clerical, o movimento