A Revolução Industrial e o Sistema Internacional no século XIX
Rio de Janeiro
2013
O sistema econômico europeu, em particular o inglês, estava passando por mudanças profundas quando a industrialização ocorreu.
A Revolução Industrial, inicializada na segunda metade do século XVIII, originou- se através de novos padrões de organização social, cultural, econômico e político ocorridos na Inglaterra, que foi a transição da sociedade estamental para a sociedade de classes, predominada pela burguesia. E integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Outros dois movimentos acompanharam o processo: a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.
A Inglaterra, devido à exploração do mundo colonial entre os séculos XV e XVIII e a prática do mercantilismo, acumulou bastante capital. Era o país mais desenvolvido da época, o que a favoreceu ser a pioneira na revolução industrial. Não bastando, a Inglaterra possuía outras favoráveis. Era rica em matéria-prima e energia, possuía em seu subsolo grandes reservas de carvão mineral e minério de ferro.
A Inglaterra desfrutava de sua supremacia naval dominando os mares para conquistar um grande mercado para seus produtos, expandindo assim, seu mercado consumidor. Para isso investiu fortemente nos transportes ferroviários e marítimos, o que permitiu novas expansões coloniais e mão de obra abundante e em larga escala. A sua política e religião também serviram de aliadas nesse processo. E estrategicamente, sua participação no equilíbrio europeu impediu o surgimento de outra potência capaz de impor limites ao comércio inglês.
Na Revolução Industrial, o trabalho manual foi substituído pela introdução das máquinas no processo de produção. Antes da introdução das máquinas, as mercadorias eram produzidas num sistema doméstico, caracterizado pelo trabalho do artesão, que recebia de um intermediário a matéria-prima e as