Redação: Consumismo
Consumir: Eis um dos verbos mais almejados pela sociedade global. É evidente que, para muitos, o “ser” tornou-se menos valorizado que o “ter”, logo a essência é quase invalidada diante da aparência. A questão é: São as pessoas que influenciam o consumismo ou o consumismo que influencia as pessoas?
Devido à facilitação e acessibilidade em prol do consumo, as pessoas deixaram de investir fundamentalmente em fundos com retornos lucrativos (educação, saúde, habitação etc.) e passaram a consumir bens de consumo não rentáveis (carros, eletroeletrônicos, acessórios desnecessários etc.). Não que as pessoas não devam possuir estes, mas o investimento naqueles deveria ser prioritário. Propagandas, cartões de créditos, financiamentos e incentivos consumistas são artifícios que vêm manipulando a mente dos consumidores, esses, por vezes, desprovidos de conhecimento financeiro.
O marketing é a principal arma de indução, e, (in)felizmente, é o setor econômico que mais se ascende, não apenas em escala nacional como também mundial. As propagandas de carros, por exemplo, figura uma vida elitizada ao consumidor do veículo, o que induz a mente do indivíduo ao pensamento de que com aquele produto sua vida será mais feliz. E é essa a intenção dos marqueteiros: “Fazer as pessoas acharem que serão mais felizes após o consumo de determinado material.” Como dito, é apenas a intenção. Ao vender um produto, todos, absolutamente todos os marqueteiros abstraem os contras e explicitam os prós, o que faz crescer uma utopia propagandista na esteira crescente do capitalismo.
Deve-se, portanto, que haver conscientização da população sobre o excesso de consumo. O problema não está em consumir, isso é sobreviver. O problema é colocá-lo em primeiro lugar, isso é ser fútil. Já dizia a especialista em finanças da empresa Vale: “o sonho de consumo de ontem é o pesadelo das dívidas de hoje.”