Redação sobre Consumismo
Na sociedade do espetáculo do século 21, o que importe é a compra. Em vista disso, a prática consumista tem tido um “superávit” nas últimas décadas, investe-se excessivamente tanto nos produtos de bem-durável quanto nos não duráveis. Sabe-se que antes mesmo da Revolução Industrial desencadear-se mundialmente, a classe burguesa tomava forma nos feudos. Os comerciantes, ainda que timidamente, obtinham seus lucros através de trocas por animais de gado, moedas de ouro ou outros materiais e concretizavam suas riquezas a partir da acumulação. Tornaram-se assim, posteriormente, uma das camadas populares mais poderosas no âmbito econômico. Porém, após a instalação industrial nas cidades, o poder da compra abrangeu-se drasticamente até os dias atuais. Com a globalização, as máquinas promovem rapidez e, consequentemente, maior agregação do valor em cima das mercadorias que acabam por exercer um fetichismo sobre os consumidores impulsionando, cada vez mais, o investimento e o endividamento na fase líquida da modernidade. Até o fim de 2012, serão 45 milhões de smartphones no Brasil e estudos revelam que em 2015 haverá a média de 80 a 100 milhões desses aparelhos à venda. O incentivo de compra é o que não falta, com preços bem abaixo de normal. A Inglaterra, por exemplo, lançou a tendência da “Cheap Fashion”, moda barata, que se baseia em roupas que são usadas no máximo cinco vezes. Considerando o total de adeptos, a produção desenfreada contribuirá bastante na emissão de CO₂ na atmosfera, o que é preocupante, já que produzem-se 30% a mais do que o ambiente suporta. Em linhas gerais, vê-se que o consumismo no Brasil, cresce quase como uma progressão geométrica, ainda mais com incentivos federais como a redução do IPI . Porém, desse modo destrói-se gradativamente a saúde do planeta e também a do ser humano perante à alienação e escravização da compra. Insere-se assim boa parte da população na sociedade do ter e não ser.
Louine Carneiro