A Revolução de Vargas
No terceiro capítulo do livro A Gramática Política do Brasil, intitulado A Construção do Insulamento Burocrático e do Corporativismo e a Nacionalização do Clientelismo, de Edson de Oliveira Nunes explica, em poucas palavras, com foi constituído o insulamento burocrático iniciado no Governo Vargas por meios de departamentos modernizantes e centralizadores.
A República Velha (1889-1930) foi fortemente marcada por características conservadoras, oligárquicas e regionalistas. Os “coronéis” tinham um grande papel na política brasileira e o processo de reconhecimento dos resultados eleitorais impôs que tais “coronéis” conciliar seus interesses com as autoridades máximas da política para que os resultados satisfaçam o sistema de dominantes.
As decisões tomadas por Vargas eram todas contraditórias já que ele precisava conciliar suas propostas de acordo com os interesses dos antigos coronéis, da classe média burguesa em ascensão (que procurava firmar seu papel de forma relevante na política) e dos tenentes que há muito tempo já lutavam por seus interesses.
Vargas combinou essas três classes para criar suas propostas de melhora para o país. Os coronéis foram beneficiados por meio do clientelismo, isto é, um complexo jogo de relações entre grupos municipais e estaduais que incluíam empregos, participação em conselhos, entre outros. Como todos os interventores estaduais foram escolhidos pelo presidente com exceção de Minas Gerais, o governo precisou criar uma forma de manter boas relações com os coronéis locais e de nível estadual. Isso foi conseguido graças a um conjunto de relações baseado numa hierarquia de vínculos e favores que incluíam empregos no governo e em conselhos. Para os tenentes, Vargas disponibilizou a chance de se tornarem interventores estaduais e, por conta disso, muitos se tornaram líderes locais. A classe média se beneficiou pela onda de industrialização, promovida com a ajuda de empresas estatais e do conjunto de leis