A revolução de 1930 e a politica industrial do primeiro governo Vargas

A Revolução de 1930 e a política industrial do primeiro governo Vargas. 1930-1937: uma leitura da bibliografia crítica

1 Introdução

Segundo Suzigan (1986) há quatro teorias acerca do processo de industrialização no Brasil. A primeira é a chamada “teoria dos choques adversos”, defendida pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), cujos autores mais proeminentes foram Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares, segundo a qual a industrialização no Brasil deu-se como uma resposta aos choques adversos da Primeira Guerra (1914-1918), da crise de 1929 e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Tal resposta fora uma substituição de importações, de itens menos essenciais para bens intermediários e bens de capital, a fim de propiciar o desenvolvimento industrial (Tavares, 1973).
Segundo Furtado (1967), a política de valorização do café que o governo Vargas realizara, comprando parte da safra que ficara estocada em função da crise de 1929, teria servido como um incentivo à indústria, mesmo que de um modo não intencional. Tese esta que refutada por Pélaez (1987) que observara que, desde 1906, até 1930, a indústria já possuía uma participação significativa no produto, sendo que, após 1930, o seu crescimento fora muito pequeno, além de a política governamental anti-emissionista e contracionista, ao contrário propiciar a industrialização, teria dificultado o seu desenvolvimento.
Pélaez (1987) defende uma segunda teoria segundo a qual a industrialização no Brasil teria se processado paralelamente ao aumento das exportações. Desse modo, haveria uma relação linear entre a exportação cafeeira e industrialização que fora interrompida apenas com crises como as Primeira e Segunda Guerras Mundiais e a crise de 1929.
Uma terceira teoria, chamada de “teoria do capitalismo tardio”, defendida por Manuel Cardoso de Melo, o processo de industrialização teria sido alavancado pelas exportações. No entanto, não por meio de uma relação linear, mas contraditória, pois,