A Revolta da Vacina
A revolta da vacina foi um episódio marcante na história da saúde pública no Brasil do século XX. Foi uma prova de que campanhas de prevenção às doenças quando mal organizadas podem trazer conseqüências desastrosas. Em um período conturbado pelo alto índice de internações devido à varíola, aproximadamente 1800 casos, número acentuado pela recusa da população em vacinar-se, o sanitarista e ministro da Saúde Oswaldo Cruz incentiva o governo, na época o presidente Rodrigues Alves a implantar a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. Mas somente vacinar-se contra temível doença seria o suficiente para manter a população em um estado o qual se define “saudável?”.
Considerando o elevado número de infectados e óbitos, o mais prudente seria adotar essa medida, o que se questiona foram os métodos aplicados, a invasão aos domicílios, a obrigatoriedade forçada. A expulsão dos moradores de suas casas, um conflito civil que poderia ter sido evitado com a implantação de uma prevenção à doença que explicasse as formas às quais a enfermidade se propaga, seus sintomas, e principalmente a orientação objetiva que vacinar era uma necessidade urgente, pois conseqüências fatais se dariam com o aumento dos contágios. Todo método de promoção à saúde deve ser abordado com clareza, profundidade sem que aja, no entanto a opressão. O que ocorreu no rio de Janeiro no ano de 1904, mais precisamente entre os dias 09 a 14 de novembro, foi o exemplo de que a falta de informação aliada aos medos infundados que a população tinha com relação a vacina gerou uma histeria coletiva, situação previsível decorrente das mortes que vinham aumentando progressivamente entre as pessoas não-vacinadas e com as informações de que a vacina era criada a partir do pus vacínico de um animal contaminado, era de se esperar o medo se propagasse com mais rapidez que a doença propriamente dita. O vírus da varíola
Inclusive corriam rumores de que quem fosse vacinado desenvolveria chifres