A Revolta da Balaiada
Nas primeiras décadas do século XIX, quase a metade dos 200 000 habitantes do Maranhão era constituída de escravos. Grande parte do restante era formada por sertanejos que viviam em miseráveis condições de vida. Os proprietários rurais e comerciantes controlavam o poder local.
A Balaiada foi uma das mais importantes revoltas de caráter popular, durante o período regencial, tendo envolvido um grande número de sertanejos. Seu palco foi a Província do Maranhão, onde se destacavam dois grupos políticos: os bem-te-vis (representando as classes médias urbanas) e os cabanos (representando as classes médias urbanas), durante os anos de 1838 a 1841.
Nessa época, a economia agrária do Maranhão atravessava grande crise. Sua principal riqueza, o algodão, vinha perdendo preço e compradores no exterior, devido à forte concorrência internacional do algodão produzido nos Estados Unidos (mais barato e de melhor qualidade que o produto brasileiro). Quem mais sofria as conseqüências dos problemas econômicos do Maranhão era a população pobre. Ou seja, multidão formada por vaqueiros, sertanejos e escravos. Cansada de tanto sofrimento, essa multidão queria lutar, de algum modo, contra as injustiças. Lutar contra a miséria, a fome, a escravidão e os maus-tratos. Havia também muita insatisfação política entre a classe média maranhense da cidade, que formava o grupo dos bem-te-vis. Foram os bem-te-vis que iniciaram a revolta contra os grandes fazendeiros conservadores do Maranhão e contaram com a participação explosiva dos sertanejos pobres.
A Balaiada não tinha uma organização consistente, nem um projeto político definido. Não tinha um movimento único e harmônico. Foi um conjunto de lutas dos sertanejos marcadas pelo desejo de vingança social contra os poderosos da região.
O primeiro conflito que assinalou o início da Balaiada aconteceu em 1838, envolvendo o vaqueiro Raimundo Gomes que era partidário dos bem-te-vis e um