A revelação de deus
A revelação do Deus criador e salvador suscita no homem uma alegria transbordante. Diante de Deus, que age na história, a alegria toma conta de quem não é um insen¬sato (92,5ss) e se torna comunicativa: "Vinde, clamemos de alegria por Javé, ..-. rochedo de nossa salvação" (95,1); "Alegrem-se os céus, rejubile a terra, ... na presença de Javé, porque vem" (96,llss). E se ele vem, é para convidar seus servos fiéis a entrar na sua própria alegria e nela introduzi-los (Mt 25,21).
AT
I. As alegrias da vida
Deus faz das alegrias da vida humana um elemento das suas promessas (Dt 28,3-8; Jr 33,11), e castiga a infidelidade mediante a pri vação das mesmas (Dt 28,30-33.47s; Jr 7,3*; 25>10s). A humilde alegria de que o homem desfruta com a mulher que ama (Ecs 9,9), com o fruto do seu trabalho (3,22), alimen-tando-se e tendo vida folgada (2,24; 3,12s), re¬siste ã crítica impiedosa do próprio Eclesias-tes: ele louva essa alegria (8,15) que permite ao homem esquecer os males da vida; ela é a porção que Deus lhe dá (5,17ss). O *vinho, com efeito, foi criado para propor¬cionar alegria (Jz 9,13; SI 104,15) a quem o usa comedidamente (Si 31,27); por isso a ♦vindima é um tempo de alegria (Is 16,10), como a * colheita (SI 126,5s). Quanto à ale¬gria de que uma mulher, por sua graça e sua virtude, cumula o marido (Pv 5,18; Si 26,2.13), essa alegria é imagem das alegrias mais elevadas (Is 62,5); para os esposos, a fecundidade é causa de alegria (IS 2,1.5; SI 113,9; cf. Jo 16,21), sobretudo se o seu filho é sábio (Pv 10,1).
Ao lado das alegrias ruidosas dos grandes dias — coroamento do rei (IR 1,40), vitória (IS 18,16) ou retorno dos prisioneiros (SI 126,2s) — há outras tão íntimas que não se podem comunicar a um estranho (Pv 14,10). O sábio conhece o valor dessa alegria do coração que é inclusive fator de boa saúde
(Pv 17,22) e para a qual se pode contribuir mediante uma boa palavra (12,25) ou por um olhar benevolente (15,30). Deus só condena as