A ressignificação do papel da creche na educação infantil: de agência de guarda a espaço educacional.
Celidalva Conceição dos Santos 1
Ao longo da história, diferentes funções foram concebidas para as creches no contexto da sociedade brasileira: como recurso que beneficia a mãe trabalhadora, ou como instrumento social para prevenir o fracasso escolar das crianças mais pobres, ou ainda como uma instância educativa, que contribuiria para uma sociedade mais justa e um exercício de cidadania em prol da população infantil. Conforme a LDB de 1996 – a creche sofreu inúmeras transformações, e hoje, é vista como ambiente que possibilita “o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
E desse contexto que os artigos complementares à série Educação de crianças em creches, apresentados no programa Salto para o Futuro, da TV Escola, formulado por especialistas na área educacional, aborda a temática, dando foco a questões primordiais no avanço e qualificação do trato direcionado ás crianças de 0 a 3 anos em situação de creche.
Com a devida pertinência, os artigos, divididos em 3 blocos de textos, tem o objetivo de contribuir para o atual e intenso processo de revisão de concepções e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras da aprendizagem, e no desenvolvimento das crianças em creches. Com base nas experiências de pesquisas da psicologia, enfermagem, pediatria, dentre outras, aborda uma série de questões que nos parecem relevante para a compreensão desse fenômeno da educação coletiva de bebês e crianças.
A professora Maria Isabel Pedrosa, ao construir o artigo 1- “Histórias e concepções do atendimento em creches”, demonstra a evolução no atendimento aos bebês e crianças de até 3 anos, antes concebidos como imaturos, para um ser ativo em seu processo de desenvolvimento, como atores sociais, situados em um contexto histórico particular. A