A república – livro vii
Logo de início, Sócrates compara a o trajeto que tira o homem da ignorância e o leva ao conhecimento verdadeiro com a situação na qual estaria um grupo de pessoas que sempre viveu na escuridão de uma caverna, preso por grilhões, podendo ver apenas sombras que lhe chegavam da entrada da caverna atrás deles e refletidas na parede para a qual estavam voltados. Esses homens, tendo sempre vivido na escuridão, conseguem ver apenas as sombras do que se passa fora de sua caverna e, não tendo consciência de que haja algo além da realidade dela, tomam por reais sombras que não passam de simulacros do mundo exterior. Diante disso, se libertássemos um dos que lá viviam, coloca Sócrates (515 c), e o arrastássemos para fora da caverna, com certeza ele se oporia e o contato repentino com a luz do dia o cegaria por completo. E se, ainda, quiséssemos fazê-lo acreditar que a verdadeira realidade era a que ele via então, isso de nada adiantaria, pois ele certamente quereria voltar para sua caverna. Mas, se aos poucos mostrássemos a essa pessoa as sombras, os reflexos, depois as estrelas e a noite, fazendo-a contemplar o céu diurno e,