No Livro cinco, Adimanto pede esclarecimento sobre a participação das mulheres e das crianças nesta cidade ideal. Fica evidente que, para Sócrates, a mulher pode desempenhar funções semelhantes às do homem, desde que passe, como este, por um processo seletivo rigoroso. Disto se conclui que a diferença de sexo não implica, necessariamente em uma diferença de atitudes. Desta premissa, Sócrates passa à questão das regras quanto às uniões entre homens e mulheres, como também sobre sua procriação. A primeira regra é que os matrimônios devem ocorrer entre os melhores cidadãos, a partir de uma idade pré-estabelecida, para que seja garantida a qualidade e a quantidade adequada para esta cidade. A educação dos filhos deve iniciar imediatamente ao nascimento. Os jovens devem receber uma educação para a guerra, devem ser levados pelos seus pais para assistirem às batalhas e aprender com estes o seu futuro ofício. Sobre as guerras, Sócrates adverte que não deve haver batalhas com outras cidades gregas. As desavenças entre estas sejam consideradas desentendimentos, como o que acontece numa família, os quais, com o passar do tempo, podem ser dissolvidos pela reconciliação. Com certa tensão, Sócrates anuncia, em seguida, seu próximo argumento, no qual defende que a cidade tenha por governantes os filósofos. Entende por filósofo aquele que ama a verdade pura. Em seguida, estabelece a diferença entre a ignorância, a ciência e a opinião: a ignorância é a falta de conhecimento, a ciência, é o conhecimento do ser, e a opinião, é um estado intermediário entre as