A Renda de Bilro em Santa Catarina – algumas reflexões
Ana Carolina Zimmer Rebelo (G. FURB)
Joana Zucco (G. FURB)
RESUMO
A renda de bilro é uma arte de aproximadamente 500 anos. No Brasil, é praticada em poucas regiões tendo por característica o repasse da técnica entre as gerações e a formação de comunidades rendeiras com o objetivo de complementar a renda da família. Neste trabalho, pretende-se relatar a história da renda de bilro com o objetivo de analisar como esta manifestação chegou ao Estado de Santa Catarina e como aparece ainda hoje. Os dados foram coletados por meio de pesquisa bibliográfica, tendo como base a obra “Folclore Catarinense”, de Doralécio Soares.
Palavras-chave: Renda de bilro. Santa Catarina. Cultura.
1. INTRODUÇÃO
A renda de bilro, também conhecida como renda de almofada, é uma espécie de tecido formado pelo cruzamento e entrelaçamento de fios com o auxílio de bilros
(instrumento de madeira possuindo a forma semelhante a um fuso, uma extremidade é formada por uma haste cilíndrica e a outra por uma esfera). Os fios são fixados em uma almofada cilíndrica por meio de alfinetes em cima de moldes de desenhos. Na haste dos bilros, são enrolados os fios de algodão e a extremidade esférica confere às rendeiras um maior apoio à manipulação dos bilros (RAMOS apud CORDEIRO, ALMEIDA,
SILVEIRA e SALDANHA, 2009).
De acordo com a Fundação Nacional de Arte (1981), a renda de bilro é o tipo de renda de maior abrangência geográfica no Brasil. Além de Santa Catarina, pode ser encontrada em todos os Estados da Região Nordeste do país, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Pará e Rio Grande do Sul.
No início dos anos 50, muitas jovens de Florianópolis viviam da renda de bilro e fabricavam vestimentas para uso próprio com a renda. A jovem que preparava o seu enxoval para o casamento, era apreciada por possuir peças em renda.
Soares (2002, p. 135) classifica a renda de bilro como uma arte popular que,
lentamente,