A RELAÇÃO ENTRE SENSO COMUM E CIÊNCIA
Talvez simplesmente dizer que senso comum é aquilo que não é ciência e isto inclui todas as receitas para o dia-a-dia, bem como os ideais e esperanças que constituem a capa do livro de receitas.
E a ciência? Não é uma forma de conhecimento diferente do senso comum. Não é um novo órgão. Apenas uma especialização de certos órgãos e um controle disciplina do seu uso.
Se a gente compreender o senso comum poderá entender a ciência com mais facilidade. E nada melhor para se entender o senso comum que brincar com alguns problemas.
A ciência não acredita em magia. Mas o senso comum teimosamente se agarra a ela.
Cada modo de conhecimento tem uma utilidade dentro do contexto no qual se insere: o conhecimento científico se insere em um contexto de pesquisas científicas (as quais preconizam método e argumentos capazes de validar as hipóteses formuladas), em contextos acadêmicos, enquanto o conhecimento social encontra-se inserido no meio sócio – cultural. O conhecimento adquirido através do senso comum pode ter grande utilidade durante o processo de formação de um aluno, já que pode servir de ponto de partida. Tomemos um exemplo: os povos egípcios e mesopotâmicos já possuíam o conhecimento, mesmo sem comprovação científica, de que o sal na carne do peixe a conservava por mais tempo para que pudesse ser comercializada. Durante uma aula de química, ao explicar o processo químico da osmose – descoberta feita por René Dutrochet, em 1827 – o professor pode partir desse conhecimento que já se fazia presente no conhecimento do senso comum desde os povos antigos para um pensamento mais complexo, que exija maior abstração. Acredita-se que o conhecimento adquirido do senso comum é relevante quando utilizado como objeto de crítica e questionamento. Vale ressaltar que o conhecimento do senso comum liga-se à seu tempo histórico, diz das crenças e dos