A Reflexividade Social Anthony Giddens
Segundo Giddens, vivemos hoje num “mundo em fuga”, num mundo marcado por novos riscos e incertezas tal como diagnosticou Beck. Mas a par do risco devíamos colocar a noção de confiança. A confiança diz respeito à segurança que temos em relação aos indivíduos como em relação às instituições. Num mundo em rápida transformação, as formas tradicionais de confiança tendem a desaparecer pois as nossas vidas são influenciadas por pessoas que nunca conhecemos ou vimos. Confiança significa apoiarmo-nos em “sistemas abstractos” como, por exemplo, temos de confiar nas instituições que regulamentam a alimentação, a água, a eficiência dos sistemas bancários, etc. A confiança e o risco estão muito relacionados entre si.
Na perspetiva de Giddens, viver na era da informação significa um aumento da reflexividade social. Isto significa que temos de pensar constantemente e reflectir sobre as circunstâncias em que vivemos as nossas vidas. Para Giddens, não perdemos inevitavelmente o controlo sobre o nosso futuro. Os governos mantêm uma boa parte do seu poder, colaborando entre si as nações podem juntar-se para reafirmar a nossa influência sobre o mundo em fuga. Os novos grupos, como os ecologistas, etc. podem ter um papel importante.
A democracia não pode limitar-se à esfera pública tal como defendeu Habermas. Existe uma “democracia das emoções” que surge na vida quotidiana e que diz respeito ao aparecimento de formas de família nas quais os homens e as mulheres participam de igual modo. A igualdade entre os sexos não se pode limitar ao direito de voto, tem também de envolver a esfera pessoal e íntima. A democratização da vida pessoal avança para um nível em que as relações se fundamentam no respeito mútuo, na comunicação e na tolerância.