A reconstrução do sistema financeiro global
O autor inicia o capítulo 2 relembrando os inúmeros benefícios que a emergência dos mercados financeiros globais trouxeram à sociedade mundial, como por exemplo a capacidade de mobilidade moderna, que pode nos deslocar com mais rapidez, gastando menos e com mais segurança, ou então a incrível eficiência produtiva que permitiu esse desenvolvimento dos mercados financeiros. Mas enfatiza que ao mesmo tempo em que essas melhoras se tornam possíveis, os desastres são muito mais profundos e trágicos, os sistemas financeiros podem ruir de maneira a enfrentar enormes recessões e grande prejuízo social.
O capítulo começa com o exame do atributo central do sistema financeiro: sua natureza de pirâmide de promessas de longa duração, o que torna notável a própria existência de sistemas financeiros sofisticados. Wolf diz que para se confiar nessa estrutura complexa, precisa-se de instituições fortes e confiáveis, governos eficazes. O objetivo das políticas públicas é criar condições sob as quais se maximizem os ganhos e se gerenciem os riscos.
Um dos problemas do mercado financeiro para o autor é o que ele chama de pirâmide de promessas, dizendo que a medida que o sistema financeiro se torna cada vez mais complexo, ele empilha promessas em cima de promessas, o que significa promessas a serem cumpridas no futuro em troca de pagamentos efetuados no presente. Como por exemplo, os títulos das dívidas prometem pagamento fixos a intervalos regulares, as ações prometem participação no lucro das empresas; os fundos de pensão prometem um fluxo de renda na aposentadoria, as apólices de seguro de vida prometem pagamento de determinada importância depois de certa data ou na hipótese de morte, entre outros tipos infindáveis de promessas que compõem o sistema financeiro global.
O problema de fato aparece porque uma promessa pode não ser cumprida porque quem a fez simplesmente não quer