A questão filosófica de Deus
A QUESTÃO FILOSÓFICA DE DEUS
Trabalho final apresentado como exigência da disciplina Filosofia da Religião no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia como requisito parcial à obtenção do título de Mestre ao Professor Doutor João A. Mac Dowell
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia
Belo Horizonte
2010
1. A questão filosófica de Deus
Na obra Crer e compreender, o autor, Urbano Zilles, pondera uma questão amplamente discutida ao longo do século XX, a saber, o diálogo entre razão e fé, ou ciência e fé. O presente trabalho pretende então discorrer acerca da questão filosófica de Deus com base nessa mesma obra de Zilles1. Na verdade ele busca mostrar a possibilidade de diálogo entre ambas, pois, no decorrer da história, a imagem que se tem é a de que ambas não se comunicam, encontram-se nas extremidades da existência, mostrando não ser possível que o ser humano demonstre sua racionalidade possuindo fé, isto é, razão e fé anulam-se.
Sabe-se que filosofia e religião pretendem apontar um sentido para a existência do ser humano. A religião pretende uma resposta integral, contudo é necessária a precaução com o fato de não ser possível prescindir da racionalidade. Zilles afirma que a fé pode não exigir uma demonstração filosófica da existência de Deus, mas constitui uma busca constante por sua afirmação, a fim de mostrar-se como uma atitude propriamente humana. Por outro lado, podendo dizer de Deus, conforme Tomás de Aquino, ser um “mistério incompreensível”, afirma-se o conhecimento filosófico como restrito e sem perfeição. Além disso, o Deus dos filósofos não é pessoal, o que se distanciaria da questão do sentido da existência humana.
Parece ser possível propor que a resposta dada pelo homem à revelação especial, como fé religiosa cristã, parta de uma racionalidade. O homem responde (atitude que envolve racionalidade) a Deus por ele mostrar-se e este conhecimento de Deus não decorre de um