A QUESTÃO DO NADA EM HEIDEGGER E SARTRE
THE QUESTION OF NOTHING IN HEIDEGGER
AND SARTRE
Raimundo Wagner Gonçalves de Medeiros Gomes*
Resumo: Na contemporaneidade, o nada aparece na obra de alguns pensadores, numa tentativa de articulá-la com a questão do ser. Heidegger e Sartre se configuram como os principais expoentes deste tempo, nesta vertente do pensamento humano, por concentrarem seus estudos no campo ontológico, entretanto sem se desgarrem das relações humanas no que tange ao conhecimento. Ambos articulam a questão do ser na medida em que é colocada como uma questão do homem, ou, em certos momentos, do ser-aí humano, por isso, ela tem que ser colocada no âmbito de suas relações cotidianas.
Palavras-chaves: Ser. Nada. Ontologia. Homem.
Abstract: Currently, nothing appears in the work of some philosophers in an attempt to articulate it with the question of being. Heidegger and Sartre are configured as the main exponents of this time, this aspect of human thought, by concentrating his studies in the ontology, though without straying of human relations as it pertains to knowledge. Both articulate the question of being as it is placed as a matter of man, or, some times, the human dasein, so it has to be placed in the context of their daily relationships
Keywords: Being. Nothing. Ontology. Man.
Introdução
Neste artigo pretende-se de início estabelecer um confronto entre as concepções estabelecidas por Heidegger e Sartre acerca do nada.
O nada na obra de Heidegger exerce uma função enquanto possibilidade pela qual o ser-aí humano pode entrar numa relação com a totalidade do ente. Nela o nada é imprescindível na medida em que é através dele (nele suspenso) que o ser-aí humano entra em relação com o ente em sua totalidade. Daí se extrai o papel importante do nada em sua ontologia.
Doutro lado, tem-se Sartre que, em 1943, lançou seu principal trabalho: O Ser e o Nada. Nele, Sartre procura responder aos principais problemas levantados pela