O que é Existencialismo? - João da Penha
João da Penha
Taitson Santos
PENHA, João da. O que é Existencialismo, 4aed., SP: Brasiliense, 1984.
Introdução
Segundo João da Penha, o movimento existencialista disseminou-se por todo o continente europeu imediatamente após a Segunda Guerra. Ao fim do conflito a Europa viu-se subjugada por uma torrencial crise, percebidas na política, no social, na economia, na moral e assim por diante.
Toda esta vivência trágica da guerra engendrou um ambiente de desânimo, desespero e apatia, sentimentos esses que assolaram de forma mais perceptível na juventude, já "descrente dos valores burgueses tradicionais e da capacidade de o homem solucionar racionalmente as contradições da sociedade"1.
É justamente em meio a este ambiente que surge e se desenvolve o existencialismo, que repercutia cada vez mais que suas idéias espelhavam e elucidavam o momento histórico pós-guerra.
Todavia, sua repercussão não se deu exclusivamente no meio acadêmico, o existencialismo passou a ser identificado tanto como uma doutrina filosófica como em estilo de vida e de comportamento. Todo tipo de comportamento excêntrico, como cabelos vastos e desgrenhados, mal asseio, amoralidade e aversão às normas estabelecidas passou a ser identificado como uma postura existencialista.
Os existencialistas eram acusados de disseminar idéias mórbidas, amargas e que somente se preocupavam em revelar o lado sórdido e sombrio da existência humana. Uma torrente de ofensas eram lançadas aos existencialistas. Estes, conforme da Penha, rebatiam afirmando que seu comportamento não era passível de julgamento segundo os padrões morais vigentes, uma vez que tinha por projeto, essencialmente, as bases de uma nova moral.
Conforme o autor o vocábulo "existencialismo" ganhou muito em extensão e pouco em compreensão. O existencialismo tornou-se sinônimo de fatos ou indivíduos que se desviavam do procedimento usual. Qualquer um que violasse as regras comuns, ou a tênue linha entre o certo e o errado, era