A QUEST O DO SUJEITO HUMANO
Angela Ales Bello
Edmund Husserl e Edith Stein
O contínuo contacto com as análises realizadas por Edith Stein, seguindo a estrada aberta por seu mestre
Husserl, me leva a ler com olhos novos a própria posição husserliana. Não pretendo enfocar as novidades oferecidas pela fenomenóloga à identificação da estrutura do sujeito humano, assunto que seria interessante destacar, mas que supera o objetivo desta apresentação. Prefiro captar, nas análises dela, alguns momentos essenciais, que mostram o significado mais adequado do próprio pensamento husserliano. Um primeiro grande mérito da Stein consiste em obrigar o leitor de sua trilogia fenomenológica: O problema da empatia,
Psicologia e ciências do espírito- Contribuições para uma fundamentação filosófica e Uma pesquisa sobre o
Estado (especialmente, da segunda das três obras) a colocar em estreita relação o primeiro e o segundo volume da obra de Husserl Idéias para uma fenomenologia pura e uma filosofia fenomenológica, da qual ela transcreveu e preparou para a publicação, o segundo volume.
O sujeito humano segundo Husserl
Em diversas ocasiões, ao traçar as linhas essenciais da antropologia filosófico-fenomenológica de Husserl, 1 já ressaltei a correlação inseparável entre os dois volumes, que é imprescindível para compreender o processo da fenomenologia husserliana, no que se refere ao caráter amplamente ético e teleológico, que tem o seu definitivo desenvolvimento em Crise das ciências européias e a fenomenologia transcendental. Tratase da justificação última do ser humano, em sua finalidade histórica e no seu projeto existencial. Ser humano, que é observado como inserido na comunidade à qual pertence, coincidindo, em última análise, através de uma progressiva ampliação de perspectiva, com a humanidade inteira.
O projeto, apresentado por Husserl ao final de seu percurso de pesquisa, no livro Crise das Ciências européias, na realidade se encontra já no início de tal percurso. De fato, a