A QUEST O DA INTELIG NCIA
Lino de Macedo2
A palavra inteligência, pelos seus muitos significados, só ganha sentido se precisarmos a dimensão em que a estamos valorizando. Por isso, pretendemos na primeira parte deste capítulo caracterizar inteligência segundo três perspectivas: inatismo, empirismo e construtivismo. A idéia é possibilitar uma comparação entre essas três visões e permitir ao leitor reconhecer ou observar momentos em que pensa ou atua dando ênfase, mesmo sem saber, em uma dessas perspectivas. Por extensão, vamos comentar algumas implicações educacionais decorrentes. Os comentários a serem feitos nessa primeira parte apóiam-se em um quadro, apresentado a seguir, que sintetiza os aspectos que julgamos mais relevantes nessa comparação.
INATISMO
EMPIRISMO
CONSTRUTIVISMO
Independência
Dependência
Interdependência
Ser
Dever
Poder
Revelação
Conversão
Progresso
Dissociação
Associação
Assimilação
Regulação = aceitação ou compensação
Correções ou confirmações
Pré-correções ou antecipações
Transcendência
Transcendência
Imanência
Sujeito
Objeto
Relação
Estrutura
Gênese
Estrutura e gênese
Heteronomia
Heteronomia
Autonomia
Medida e avaliação seletiva (ênfase no diagnóstico)
Avaliação somativa ou certificativa (ênfase nos resultados ou produtos)
Avaliação formativa (ênfase no processo ou na relação com a aprendizagem)
Limites= limitações
Limites= delimitações, regras
Limites = desafios a serem superados
Na segunda parte, apresentamos, com algumas modificações, um texto publicado em 1997, pela Revista Pátio (Editora ARTMED), com o título “Piaget e nossa inteligência” (Macedo, 1997a). O objetivo é complementar as informações, analisando o tema em uma perspectiva específica, mas de forma ampla e fundamental. É que, para Piaget, a inteligência é tudo aquilo que possibilita aos seres vivos continuarem assim no contexto de suas transformações. Os seres vivos contrapõem-se a outros, por exemplo, os minerais, que são eternos, pois os elementos