A queima de combustíveis fósseis
Várias fontes antropogênicas contribuem para as emissões de gases de efeito estufa. As duas fontes principais são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento de regiões tropicais como a Amazônia. A queima de combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral e, especialmente, petróleo) ocorre principalmente pelo setor de produção de energia (termelétricas), industrial e de transporte (automóveis, ônibus, aviões, etc.). Além disso, os reservatórios naturais de carbono e os sumidouros (ecossistemas com a capacidade de absorver CO2) também estão sendo afetados por ações antrópicas. No caso das florestas, as quais representam um importante estoque natural de carbono, o desmatamento e as queimadas estão contribuindo para o efeito estufa, uma vez que liberam o carbono armazenado na biomassa florestal para a atmosfera na forma de CO2.
A concentração de CO2 na atmosfera começou a aumentar no final do século XVIII, quando se iniciou a revolução industrial, a qual demandou a utilização de grandes quantidades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia. Desde então, a concentração atmosférica de CO2 passou de 280 p.p.m (partes por milhão) no ano de 1750(1) para 389,6 p.p.m em 2010, (3) representando um incremento de aproximadamente 39% (veja o gráfico). Este acréscimo na concentração de CO2 implica no aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e, consequentemente,no aumento da temperatura do planeta.
As emissões de CO2 continuam a crescer e sua concentração na atmosfera até 2100 pode alcançar valores de 540 a 970 p.p.m, isto é, 90 a 250% acima do nível de 1750. (4) A concentração de CO2 deve ser mantida abaixo de 400 p.p.m para que o aumento da temperatura global não ultrapasse os 2ºC(1, 5) (em relação aos níveis do período pré-industrial) evitando, assim, uma interferência perigosa no clima. Esta previsão de 540 a 970