A queda do regime monárquico brasileiro
O cenário do fim do regime foi estabelecido também por questões religiosas, militares e de sucessão do trono. À época, a Europa passava por fase de pensamento anticlericalista, e, no Brasil, as ações de D. Pedro II visavam à separar a influência religiosa das esferas do governo. O imperador não aceita a encíclica editada pela Igreja e inicia o esvaziamento do poder que ela detinha sobre as paróquias. Em relação aos militares, desde o fim da Guerra do Paraguai, houve adesão ao ideário positivista pelo baixo escalão do exército, ou seja, cada vez mais o sistema republicano lhe parecia conveniente. No alto escalão não houve, entretanto, adesão a idéias positivistas. Por fim, Princesa Isabel era sucessora direta ao trono, mas uma série de decisões suas contribuíram para que a monarquia chegasse ao fim.
Desde 1850, o Brasil Imperial vinha passando por modificações estruturais. A Lei do Sexagenário, a Carta de Terras e o Código Comercial são os primeiros indícios de que a estrutura econômica se modificava para sustentar as bases do capitalismo, movimento este que as elites política e econômica não conseguiram acompanhar. Os crescentes custos na produção de bens na Inglaterra que eram causados pela adoção de mão-de-obra assalariada geraram demanda por ações inglesas que coibissem a comercialização de bens competitivos porquanto se utilizassem de mão-de-obra escrava. A manutenção da escravatura era essencial, portanto, para a produção de mercadorias a preço competitivo. Quando houve a abolição da escravidão, em 1888, as formas de produção ainda não estavam preparadas para a adoção de mão-de-obra livre; tampouco tinham condições de iniciar a oferta de bens no mercado interno. As oligarquias, que, além de deter