A psique
O foco da teoria da Energia Psíquica é a compreensão da dinâmica da psique (termo utilizado por Jung para definir a personalidade). Diferentemente de Freud, que partia da causa para entender o efeito, Jung adotou uma compreensão finalista acerca da energia psíquica, ou seja, ele partia do efeito (manifesto) para compreender a causa. A partir do efeito, Jung pôde perceber que nem tudo é derivado de uma função sexual, por isso adotou a concepção mais ampla de “energia”.
Em 1928, Jung publicou um trabalho chamado “Energia Psíquica”. Este trabalho foi a conclusão de um longo estudo que começou em 1912, quando Jung começou a tornar públicas suas divergências com Freud. O grande marco dessa diferença acerca da “teoria da libido” foi o livro “Metamorfoses e Símbolos da Libido”(1912). Em setembro desse mesmo ano, Jung realizou uma série de conferencias na Universidade Fordham, (EUA), onde apresentou uma nova concepção acerca da teoria da libido, segundo ele. Creio não estar errado, se acho que o valor do conceito de libido não está em sua definição sexual, mas no seu ponto de vista energético, graças ao qual estamos de posse de uma concepção heurística extremamente valiosa. Graças também a concepção energética, temos a possibilidade de imagens dinâmicas e relações que são de valor incalculável no caos do mundo psíquico. A escola freudiana faria muito mal se fechasse os ouvidos às vozes da crítica que acusam nosso conceito de libido de misticismo e incompreensível. Uma das nossas ilusões foi acreditar que podíamos transformar a libido sexual em veículo de uma concepção energética da vida psíquica, e muitos de nossos ainda pensam que possuem um conceito perfeitamente claro e por assim dizer concreto de libido, não se dão conta de que