A psicologia sócio-histórica como fundamentação no atendimento de musicoterapia e adolescentes
Hermes Soares dos Santos1 Célia Maria Ferreira da Silva Teixeira2 Claudia Regina de Oliveira Zanini3
INTRODUÇÃO
A visão sócio-histórica de adolescência A adolescência é um tema intrigante. Muitas são as abordagens que o discutem e muitas são as reflexões que orientam a atuação de profissionais de diversas áreas do conhecimento que trabalham com adolescentes. Segundo estudos realizados por Ozella (2007), um dos pesquisadores da adolescência segundo a visão sócio-histórica, algumas reflexões de psicólogos da década de 80 caracterizam a adolescência como momento de aquisição do sentimento de identidade pessoal, no qual acontece a perda da comunicação ou linguagem infantil para se adquirir uma comunicação ou linguagem adulta; momento de rebeldia e contestação, repleto de contradições, perturbado, ambivalente, no qual surgem modificações psicológicas correlatas de modificações corporais e momento em que ocorre a dificuldade de elaboração da perda do corpo infantil. Há nestas reflexões um patamar de igualdade imposto a todos os adolescentes, proveniente da concepção liberal e universalista da ciência do século XIX e que perdura no século XX. Esta visão nega as desigualdades sociais a que o adolescente está exposto, submetendo-o a toda e qualquer responsabilidade por seu processo, negando o contexto social
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Mestre em Música pela EMAC-UFG. Bacharel em Musicoterapia pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (EMAC-UFG). Bacharel em Flauta Transversal (UNB). Musicoterapeuta do Instituto Ciranda da Arte – Unidade: Colégio Estadual Bandeirante.
Doutora em Psicologia/UnB. Mestre em Educação/UFG. Psicodramatista. Psicóloga. Professora e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Música da UFG. Coordenadora do Serviço de Psicologia do Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da Faculdade de Medicina (FM/UFG). Coordenadora do