A psicologia do eu

596 palavras 3 páginas
Criminalidade cultural

As raízes da criminalidade são profundas e tem-se que buscar respostas num outro modelo de análise, que se chamará aqui de criminalidade cultural.

Significa isto ampliar os horizontes no sentido de não justificar somente a criminalidade com base na idéia de pobreza ou ausência de educação. Esses também são fatores, mas não isolados. Se atacados de forma incorreta, não resolverão o problema.

A dinâmica da sociedade pode ser dividida, conforme leciona o sociólogo Norbert Elias, numa relação dialética, ou seja, de interferência mútua entre dois subsistemas sociais (vale dizer, da sociedade). São eles o subsistema da cultura e o subsistema da civilidade.

No subsistema da cultura encontram-se todos os projetos que uma dada sociedade possui, enquanto no subsistema civilidade, todos os objetos que uma sociedade consegue concretizar. Na cultura estão as idéias, as ideologias, enfim, o conjunto de tudo aquilo que dentro de uma sociedade tem força motriz mais abstrata. Na civilidade estão a tecnologia, os produtos, as construções, os bens consumíveis, isto é, tudo aquilo que tenha força motriz concreta dentro do seio social. Desta relação entre projetos e objetos, nasce uma sociedade.

No mundo moderno, no qual predomina um modelo capitalista de natureza consumista, os objetos compõem-se basicamente de bens destinados à aquisição e uso e os projetos são lastreados no desejo de possuir tais bens. Esta malha espalha-se em toda sociedade moderna dita normal, até mesmo por força da economia globalizada de mercado. Assim, todos os integrantes da sociedade são, de um modo ou outro, influenciados em sua vida por este fluxo dialético. Todos desejam e adquirem bens, independentemente da classe a que pertençam, e os bens são produzidos para atender necessidades de classes distintas. Os cidadãos com recursos conquistados por canais socialmente adequados obtém tais bens de maneira considerada lícita. Aqueles que não podem não os obtém de modo lícito.

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