A Psicologia da Religião
- Numa visão holística (= da totalidade) ampla se diz tudo a respeito de tudo. De fato, a mesma realidade pode ser analisada por diferentes pontos de vista, inclusive pelas várias ciências.
- Mesmo assim, nenhuma ciência está tão próxima da
Religião quanto a Psicologia. De fato, nada é mais humano do que a vivência religiosa. A história da humanidade confunde-se com a história das religiões, nas quais já o homem primitivo ia buscar razões para a explicação de sua vida. Não consta, na história da civilização, a existência de um único povo que não tivesse sua religião. Existe, pois, no ser humano um instinto de procura da divindade, assim como uma obra de arte não assinada parece estar, eternamente, à procura de seu realizador. Nós somos uma obra de arte assinada, só que temos uma natural dificuldade de identificar a assinatura do escultor.
Esse instinto de procura da divindade é como um elo escondido na alma de todo ser humano, um traço que se iniciou com a criação do primeiro homem, que, conservando o calor do toque da mão de Deus, se perpetua como faísca na alma de todo ser humano à procura de suas origens divinas.
A existência universal de religiões, no tempo e no espaço, reflete uma necessidade básica, intrínseca do homem, de responder e explicar anseios internos, complexos, como ansiedade, medo e culpa diante do sentido do mundo, da vida e do outro. Não são esses sentimentos, entretanto, que criaram as religiões ou a idéia de Deus, presente na estrutura mental e humana de toda pessoa que termina por
criar esses sentimentos, diante da impossibilidade do homem ter acesso direto e claro à divindade.
Daí, talvez, uma explicação radical para a existência de rituais religiosos de sacrifícios humanos, como dádiva suprema do homem a Deus, como forma desesperada, ou até ritualisticamente aprovada, de aplacar ou agradar a divindade por não saber ou poder atingi-la.
O sacrifício humano é uma forma brutal de