A Prosa do Jeca

517 palavras 3 páginas
A Prosa do Jéca
Aqui onde a terra é árdua e seca, onde as vozes não chegam,habita- se sons de silêncio e gritos de socorro. A terra não produz mais, a colheita findou, o verde tornou cinza antes de crescer, eu que gosto tanto do cheiro da terra molhada, do verde que enfeita meu quintal, caio de tristeza ao ver minha plantação morrendo antes de crescer,a semente que outrora era vida agora é solo rachado.
Peço a eles que ouça minha súplica de homem simples, que de letra nada entende, que mande gotas de água pra inundar meu sertão. Essa terra do nunca que é uma fotografia escondida no meu Brasil, onde carregamos sonhos e lamurias de indignação. O solo secou aqui meu “sinhôr” só se vê a sede de rios que passam na lonjura desse lugarzinho singelo, feito de suor de “belezuras” que gente grande não vê. Há! se eles soubessem que que a vida aqui completa a vida aculá! Que as mãos cheias de calo, antes do sol nascer pegam o cabo das enxadas e cavam em terra seca, só faz alimenta a insaciável sede dos que subtraem a minha gente. Aqui falta água, falta gente que olha pra gente. ”Sabe sinhôr, nóis aqui é só um cenário desses que usam em cartão postal, mais eles esquecem a beleza a vida que aqui tem, e usa nossa vidinha para botar eles lá no poder”
Há muito tempo aqui mesmo, nesse cantinho escondido dos “marajás” um moço de paletó, elegante e de postura andou alguns passos na minha terrinha, dizendo que os mananciais que cercam esse Brasil todo, chegaria aqui, e que faríamos parte de um novo quadro social, da qual não pertencemos, eu na minha inocência não entendi muito, mas pensei deve de ser bom né!! Quadro social, é sinal que a vida aqui vai melhorar. Hoje no início da labuta, antes do galo cantar, ligo meu radinho que mais chia, do que pega, e ouço os jornais dizendo que a seca se espalhou até nas cidades grandes, tem gente sem água. Deus do céu fico horrorizado: como assim! Os mesmos que indagaram minha gente não sabem fazer chover!?
Meus passos lentos no sol da

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