Trabalhos
Jeca Tatu é uma figura do caipira interiorano que aparece como a encarnação de um Brasil arcaico, anacrônico, que convive lado a lado com o Brasil que se pretende moderno e civilizado.
A vivência do próprio Monteiro Lobato como promotor público e fazendeiro nessas "cidades mortas", arruinadas após o fastígio do café, orienta a fidelidade à paisagem regional e reforça a ironia com que o autor critica o caipira, o capiau, personificado nos "jecas-tatus", nos "piolhos da terra".
As Idéias de Jeca Tatu estão apoiadas numa narrativa oral, numa técnica de contador-de-casos, fixa flagrantes do homem e da paisagem, tomados em seus aspectos exteriores, comunicando ao leitor, de modo eficiente, a sugestão de marasmo e da indolência reinantes.
A intenção didática, moralizante, que emerge da denúncia e da ironia, levam Monteiro Lobato a articular suas narrativas em torno do ridículo e do patético em que desembocam quase todas as suas histórias, povoadas de cretinos, idiotas, aleijados. Elementos estes que fazem o autor extrair para suas narrativas os efeitos cômicos.
É comum em suas narrativas os finais trágicos, chocantes ou deprimentes. Não há profundidade na colocação dos dramas morais; o que Monteiro Lobato buscou foi narrar com brilho um caso, uma anedota e sobretudo, um desfecho feito de violência.
A narrativa se interrompe, com freqüência, para que o "Lobato-doutrinador" desenvolva suas digressões explicativas ou polêmicas.
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Idéias de Jeca Tatu
O universo dos contos é sempre o mesmo as "itaócas" ,cidadezinhas do Vale do Paraíba paulista , com suas casas de tapera, ruas mal iluminadas, políticos corruptos,