A Proje O Do Brasil No Panorama Mundial
1) A economia mundial está mais incerta e perigosa. O FMI ceifou sua projeção para o crescimento global em 2012, de 3,5% para 3,3%, e de 2013, de 3,9% para 3,6%. O detalhe fundamental é que as projeções estão sujeitas à maior incerteza. O Fundo apresenta sua projeção num gráfico em formato de leque. Nesta edição do relatório, o leque está bem aberto, o que significa que o crescimento pode ficar bem abaixo ou bem acima da projeção central de 3,6% para 2013. Há um risco de 17% , que o FMI considera “alarmante”, de a economia rodar abaixo de 2%. Mas há também uma chance de surpreender para cima, para algo como 5,5% ou mais, se a Europa, Estados Unidos e Japão fizerem a coisa certa. Chame isso de “ incerteza Knightiana”, parafraseando o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard. É uma referência ao economista da Universidade de Chicago Frank Knight, que fez a distinção entre risco, que pode ser medido, e de incerteza, não mensurável.
2) O aperto fiscal nas economias desenvolvidas está tendo um grande peso na atividade econômica. O FMI refez suas contas e concluiu que os multiplicadores fiscais são mais altos do que se pensava. “É maior do que em tempos normais”, disse Blanchard. O FMI antes acreditava que o multiplicador girava em torno de 0,5. Agora, os cálculos apontam números entre 0,9 e 1,7. Quanto maior o número, maior o peso no crescimento.
3) A inflação de alimentos deve persisitir no curto prazo, mas deve ceder mais adiante, se não houver novas rupturas na produção. O FMI faz uma recomendação básica de boas práticas de política monetária: os Bancos Centrais não devem reagir ao aumento da inflação dos alimentos em si, mas apenas a eventuais efeitos secundários que possam ter nos índices de preços.
4) O Brasil sofreu uma das maiores baixas nas projeções de crescimento do FMI, mas a economia deve reagir aos estímulos monetários. Para 2012, a projeção de crescimento recuou de 2,5% para 1,5%, e de 4,6% para 4% em 2013. O