A produção de sentidos sobre a imagem do corpo

v.12,n.26,jul./set.2008
Francisco Romão Ferreira
A produção de sentidos sobre a imagem do corpo

Nosso corpo é como um livro que contém toda a nossa historia de vida gravada de uma forma subjetiva, mais totalmente disponível a uma interpretação, e ele também é fruto da sociedade em que vivemos. A análise do autor é totalmente coerente já que o individualismo vem sendo cada vez mais pregado de forma não explicita em nosso meio, e todo esse individualismo de marcas, desejos, sentidos e conflitos internos estão grafados em nós mesmos. Na psicanálise de Freud os processos fisiológicos e os processos psíquicos são interdependentes, fazendo com que o biológico e o simbólico dialoguem desde o início da construção da subjetividade, criando assim hábitos que não conhecemos ao certo, mas que aprendemos a criar desde a infância incluindo as fases mais primárias da vida. Os estímulos que sofremos desde quando ainda feto até mesmo através do toque materno, cria registros psicomotores que dão características ao individuo posteriormente.
O corpo é usado como ferramenta de expressão de desejos e opiniões mesmo antes da linguagem verbal, essa linguagem simbólica realizada através do corpo é essencial. Porém para nos encaixarmos socialmente, mesmo em meio ao nosso individualismo é preciso ser seguido um padrão “universal”. Esse padrão tem seu conteúdo criado por nós mesmos como um grupo ,e que somos quase que por obrigatoriedade seguir. Esse padrão cria a idéia de que para sermos aceitos de alguma maneira é preciso segui-lo, o que nos faz criar uma imagem distorcida do nosso próprio corpo e nos coloca em uma constate batalha de aceitação, em muitos casos essa aceitação vem somente quando somos submetidos a procedimentos totalmente invasivos e tratamentos masoquistas.
O corpo também é visto como submisso à ordem política e social e objeto de dominação, identificado pelo nosso sistema, que impõe sua dominação moral e material sobre os usos sociais do corpo, favorecendo a