A Produção Cultural no Regime Ditatorial no Brasil
FACULDADE FEDERAL DE RIO DAS OSTRAS
A PRODUÇÃO CULTURAL NO REGIME DITATORIAL DO BRASIL
Guilherme A. Cardoso
Rio das Ostras, 2014
Introdução
O trabalho a seguir tem o intuito de abordar os movimentos estéticos e culturais na Sociedade Brasileira durante o período Ditatorial de 1964 - 1985.
Será mostrado os movimentos de vanguarda, a relação dos intelectuais nesse processo, os Festivais de Música da Record na época, e consequentemente o movimento Tropicalista.
O Brasil durante imensa repressão e fundamentalismos ufanistas, vivenciou um momento único que marcaria a Produção Cultural da época.
Diante do tema abordado, foi buscado elaborar uma breve descrição dos fatores importantes que marcaram a estética (principalmente musical) deste período.
A Patrulha Ideológica e a cultura engajada
A radicalização política tomara conta do país nos primeiros anos da década de 60, o que propiciou um aprofundamento crescente do processo de politização da cultura iniciado nos anos 1950. A efervescência político-cultural alimentava-se sem dúvida da proximidade da esquerda com o poder, no interior de um projeto nacional-popular que se afirmava com a presença de João Goulart na presidência da República.
Esse movimento de contestação podia ser percebido, na verdade, em todo o mundo. De meados da década de 1950 até o final dos anos 1960, a movimentação cultural em diferentes países foi bastante intensa, e as manifestações estéticas associavam-se a uma consciência política que tinha como pressuposto um desejo de transformação e de crítica à ordem estabelecida. O binômio arte e política, com intensidade variada segundo cada país e segundo as diferentes manifestações estéticas, predominou mundialmente no campo da reflexão e no da produção cultural. O teatro, a música e o cinema tornaram-se artes nas quais residia preferencialmente o debate cultural de esquerda.
No Brasil, a radicalização se alternava entre