A probabilidade do conhecimento
Descartes, tomou a posição de que o conhecimento é uma certeza indubitável.
Tal decorre do enquadramento histórico, do fim do século XVI e início do século XVII marcado pelo Renascimento, baseado na valorização do papel do Homem no Mundo, que desenvolve a paixão pela descoberta, visto dar conta que existem várias ideias para além das que vinha aceitando como certas. Decorre também de uma das suas maiores paixões: a matemática. Para ele, a probabilidade epistemológica é uma probabilidade irrefutável tal como é a probabilidade matemática de “atirar dois dados e sair um duplo 6 ser de uma para 36” tal como explicou Bertrand Russel (1872-1970).
Para atingir o conhecimento, Descartes desenvolveu o seu próprio método baseado sobretudo na dúvida, base do cepticismo.
No entanto, vemos que a dúvida em Descartes, é metódica, ou seja, é um caminho, e coloca-se sempre no início de um processo epistemológico de reflexão e nunca num fim. No Discurso, afirma que para se chegar ao conhecimento é necessário que se negue “como absolutamente falso” tudo aquilo em possamos imaginar a menor dúvida desde a existência de um mundo ou de dois mais três serem cinco. A partir daí, ou seja, começando pelos pensamentos mais simples e mais fáceis de conhecer, deve-se ascender a pouco e pouco, até aos pensamentos mais complexos, numa ordem de dificuldade crescente.
Verificamos então que o seu método para chegar ao conhecimento engloba quatro partes distintas:
1. Não aceitar nada que não seja evidente e indubitável;
2. Dividir um problema em quantas partes forem necessárias, a fim de as analisar individualmente;
3. Conduzir o pensamento por ordem, partindo dos objectos mais simples para os mais