A PRIMEIRA TEORIA DAS CONTAS
PROF. DR. ANTONIO LOPES DE SÁ – 25/07/1996
Os estudos contábeis começaram a ganhar qualidade, como conhecimento, no século XVI, quando também se iniciaram as bases das primeiras teorias. A teoria é uma valorização da prática, pois, deriva-se de um acréscimo do saber. A prática é feita de observações e de hábitos, mas, a teoria parte de raciocínios organizados, na busca de conceitos e esses de enunciados e que são os teoremas, visando ao objetivo e ao universal. Quando se procura saber a razão das coisas, utilizando-se a inteligência, surgem as primeiras manifestações cientificas, através das observações raciocinadas que chegam a conceitos, definições e enunciados. Em 1586 surge na cidade de Mantua, na Itália, a obra de um religioso, o beneditino Ângelo Pietra e que tratava da Contabilidade dos Mosteiros. Os Mosteiros, durante toda a Idade Média, haviam sido organizações complexas, de produção, consumo e distribuição de bens sendo igualmente múltiplas as relações patrimoniais. A escrita contábil, todavia, não pareceu suficiente para o culto e competente monge e nesse seu trabalho que deu o nome de “Indirizzo degli economi”, começou a apresentar traços de teorias. Foi no trabalho de Pietra que surgiu o primeiro esforço de uma teorização das contas. Iniciava-se a racionalização com a classificação dos fatos ou acontecimentos em grupos. Buscava-se uma disciplina para pensar e isto é caminho para teorizar. Pietra, no capitulo 27 de seu livro, apresenta uma tabela de operações fundamentais, ensaiando uma classificação. Ele constitui três macro-grupos de contas sendo um financeiro ou do movimento de moeda, outro operacional ou de transações com bens e outro de cessões a terceiros. Esses três grupos ele os subdivide da seguinte forma: o Financeiro em “Embolsos” e “Desembolsos”, o Operacional em Comprar, Vender e Trocar e o de Cessões, em Agentes Financeiros e Agentes Operacionais. Saia ele da concepção muito pessoal de que