A presença de são paulo em obras do modernismo
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTOS DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS
Análise da presença de São Paulo em obras do Modernismo Introdução
Ao longo do semestre, entramos em contato com o Modernismo: sua origem, seu desenvolvimento, as bases de sua estética. Para isso, além de discussões sobre suas influências e princípios do movimento, analisamos, de modo mais detalhado, um conjunto de sete obras: Pauliceia Desvairada e Macunaíma, de Mário de Andrade; Memórias Sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande de Oswald de Andrade; Brás, Bexiga e Barra Funda e Laranja da China de Antônio de Alcantara Machado e Parque Industrial de Patrícia Galvão.
O presente trabalho tem como proposta analisar a presença da cidade em cinco dessas obras. O intuito dessa seleção é conseguir trabalhar de forma mais aprofundada a imagem que a metrópole apresenta em cada livro e, mais, de que maneira as características formais e estruturais desses textos contribuem para a constituição dessa imagem.
Pauliceia Desvairada
Essa obra é o segundo livro de Mário de Andrade, publicado em 1922. Composto de um prefácio e 23 poemas, é considerada a primeira obra realmente modernista, segundo Telê Ancona Lopez, “na medida em que já aparece como ‘reflexão crítica’, na distinção entre modernismo e modernidade, feita por Hennri Lefèbvre.”
Esse livro tornou-se, já na época de publicação, impactante em diversos níveis:
“ O livro escandalizava os arautos e fascinava os espíritos mais livres e criativos. De certo modo, como um evangelho estético, ele trazia a boa nova das mudanças imediatas e necessárias – e o contato de suas palavras catalizava as vontades transformadoras, precipitando aquilo que a própria época preparara. (...) sua novidade desarmava e desconcertava as resistências.”
As inovações técnicas nele contidas são justificadas por explicações conceituais e teóricas da estética nele presente, ao