A Política e a Religião: De Platão à Contemporaneidade

Universidade do Estado do Amazonas
Escola Superior de Ciências Sociais
Faculdade de Direito
Filosofia Política

Ensaio sobre o diálogo “O Político”, de Platão

A Política e a Religião: De Platão à Contemporaneidade

Acadêmico: Daniel Melo Magalhães Turno: Vespertino

Manaus – AM
2015
Sobre a obra “O Polítco”, podemos certamente afirmar que o objetivo de Platão é, conceituar a figura do verdadeiro político. Mas este fim só é atingindo através da inserção dos mitos e dos paradigmas através dos interlocutores do diálogo, o jovem Sócrates e o Estrangeiro.
Logo nas primeiras páginas de seu diálogo, política é definida como a ciência que se ocupa da vida dos homens que vivem em grupos, que os nutre e faz pastar, tendo por objetivo a educação comum desses homens. Consequentemente o político é definido como “o pastor de homens”, em uma alusão ao pastor de ovelhas. Aqui teremos a introdução do Mito de Cronos, inserido por Platão, para jogar com a dualidade temporal e a obrigatoriedade religiosa por ele apresentada.
Será relatado o mito do comunismo primitivo, onde Deus acompanha o universo, cuidando de tudo, não havendo fome, nem sede; uma época de ouro do mundo. Depois de um certo período de tempo, Deus deixa o universo por sua própria iniciativa, ocasionando uma mudança no movimento do universo, que nas palavras do Estrangeiro, “avança para um estado de desorganização e entropia gradativamente maiores” . Ou seja, o Mito de Cronos nos diz que na ausência de Deus, o mundo está largado a sua própria sorte.
Assim, a ideia de político “como pastor de homens” nos leva a igualar as divindades do reinado de Cronos (deuses) com os governantes da atualidade vivida (homens). São misturadas linhas de definição que até então andavam separadas, como o homem e o divino, o mortal e o imortal, e mais explicitamente dentro da visão platônica de política, o Político e o Deus. E se para Platão, o objetivo é destruir a ideia da auto-constituição da espécie humana e a