A politica
Para essa última categoria de homens vale a reflexão proposta por Honoré de Balzac em seu romance "Esplendores e misérias das cortesãs", que acabo de ler. Em determinado ponto da narrativa, um dos personagens diz que, de longe, é possível conhecer os seres políticos que são de direita, mas votam no centro. Ele pretende explorar a questão, todavia, deixa para o leitor fazer sua avaliação, entretanto, lança mais uma pergunta em forma de farpa: "E hoje quem é que tem opinião? Existem apenas interesses". Esse texto foi escrito por volta de 1840 na França, país que passava por importante efervescência política, ideológica e cultural, por conta de uma série de fatores, entre eles a Revolução Francesa ocorrida em 1789.
O leitor deve estar-se perguntando o que uma obra confeccionada na primeira metade do século XIX na Europa tem a ver com o Brasil e com as eleições municipais que acontecerão no próximo mês? Tudo! Principalmente quando o meu objetivo é entender as ramificações partidárias e as coligações que foram feitas aqui e ali visando o pleito de outubro.
Ao analisar as costuras feitas nas mais diversas paragens brasileiras é possível ver no mesmo barco os liberais, pseudo-esquerdistas e social-democratas, atitude que elimina a base ideológica