A POLIOMIELITE Eduardo Paulo
Aproximadamente 175 milhões de crianças serão vacinadas, entre agosto e dezembro deste ano, em sete países onde ainda se encontra ativo o vírus da poliomielite, uma enfermidade conhecida há cerca de três mil anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizará uma campanha maciça na Índia, Paquistão, Afeganistão, Nigéria, Egito, Níger e Somália, para atingir a meta de forjar um mundo sem pólio. Trata-se do menor número de países com poliomielite endêmica jamais registrada. Há 25 anos, a doença atingia as populações de 25 países.
A iniciativa de erradicação mundial da poliomielite considera outros seis países em alto risco de reinfecção: Angola, Bangladesh, Etiópia, Nepal, República Democrática do Congo e Sudão. Em 2002, foram realizadas 266 campanhas em mais de 90 países, mas uma mudança de tática visa a acelerar a erradicação mundial centrando os esforços nas áreas endêmicas. Desde 1988 conseguiu-se reduzir o número de casos de 350 mil por ano para menos de dois mil, registrados no ano passado nos sete países onde acontecerá a campanha, segundo relatórios da OMS.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que participa junto com a OMS da tarefa de libertar o mundo da poliomielite, afirma que o sucesso da missão converteria a pólio na primeira doença a ser erradicada da face da terra no século XXI. Em todo o mundo, anualmente são imunizadas mais de cem milhões de crianças contra pólio, difteria, tétano, tosse comprida, sarampo e tuberculose, com saldo de milhões de seres humanos resgatados da morte e muitos outros milhões arrancados do inferno da paralisia, da cegueira e da deterioração cerebral.
Desde o desaparecimento da varíola, há mais de 20 anos, os especialistas consideram a campanha para acabar com o vírus da poliomielite como a maior demonstração do poder da imunização. Em 1994, o continente americano converteu-se na primeira região de onde o vírus da pólio foi eliminado. No ano seguinte a China, o país mais povoado do mundo, deixou