A Pol Monet Ultimos 20 Anos
ADESÃO ÀS COMUNIDADES
António Mendonça e Manuel Farto
1. Introdução
Discute-se neste capítulo a evolução da economia portuguesa no período pós-adesão às
Comunidades tendo como referência fundamental as alterações dos regimes de política monetária e o modo como interagiram com as sucessivas conjunturas económicas internas e as condicionantes decorrentes da participação portuguesa no processo de integração europeia. Na elaboração do trabalho teve-se em mente uma tripla ordem de preocupações. Por um lado, procurou-se identificar as características de cada regime específico de política monetária, tendo em atenção os seus objectivos fundamentais e intermédios, os instrumentos privilegiados de intervenção, bem como a sua articulação com os objectivos mais gerais da política macroeconómica global. Por outro lado, procurou-se reflectir o modo como deram resposta aos problemas conjunturais e como, simultaneamente, reflectiram e promoveram a integração progressiva da economia portuguesa nas dinâmicas mais gerais da integração económica e monetária europeia. Complementarmente com estas duas perspectivas, procurou-se avaliar, ainda que de forma exploratória, as consequências do aprofundamento da integração monetária sobre as capacidades actuais de reacção da economia portuguesa face às dinâmicas internas e externas com que é confrontada.
Sendo um trabalho, fundamentalmente, de balanço e de reconstituição histórico-analítica, privilegiou-se o recurso a informação de base, obtida através das publicações oficiais do
Banco de Portugal, do Banco Central Europeu e de outras instituições comunitárias ou internacionais. Todavia, procurou-se também ter presentes as contribuições de outros trabalhos anteriores, com idênticas preocupações e objectivos, cujas referências constam da bibliografia anexa.
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Por razões de organização prática da investigação optou-se por considerar quatro grandes sub-períodos, o primeiro dos quais a