A Poesia de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa foi um poeta da primeira metade do século XX, sendo que a sua poesia se insere no género modernista. Os temas mais recorrentes na sua obra como ortónimo são a intelectualização do sentir (fingimento poético), a dor de pensar, a nostalgia/saudade, a fragmentação do “eu” ou a inadaptação social. No plano formal, dá preferência ao estilo musical e tradicional, com a primazia da quadra e uma reminiscência das cantigas de amigo. Utiliza uma linguagem simples, recorrendo à adjetivação, comparações, metáforas e imagens, assonâncias e onomatopeias.
Quanto ao tema da nostalgia/saudade, o poeta fala acerca da falta que sente de um bem perdido ou de algo que nunca teve ou chegou a atingir. No caso do poema "A criança que fui chora na estrada", por exemplo, o sujeito poético refere-se à idade da inocência e aos tempos de infância que nunca teve. Deseja ser inconsciente e ter consciência disso, o que é impossível, demonstrando também autorreflexão, através da utilização de pronomes pessoais e da primeira pessoa ("Deixei-a ali quando vim ser quem sou").
Em relação à utilização de linguagem simples, é-nos possível observá-lo na grande maioria dos seus poemas, como "Não sei quantas almas tenho" ou "Autopsicografia". É também recorrente a utilização de comparações, como por exemplo no poema "Bóiam leves, desatentos" ("Bóiam como folhas mortas"). A aliteração está também presente no poema "Leve, breve, suave".
Em síntese, podemos dizer que a poesia ortónima pessoana apresenta vários recursos estilísticos que a tornam ainda hoje objeto de estudo. É uma poesia repleta de -ismos, já que Pessoa experimentou o Saudosismo, Paulismo, Sensacionismo, Cubismo e Futurismo, sendo que as duas últimas têm também uma ligação à pintura. Fernando Pessoa é um dos introdutores do Modernismo em Portugal, o que o torna num dos escritores mais importantes da cultura e história literária portuguesa.